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Organizações apresentam estudo para enfrentar os efeitos da pandemia no mundo

Trabalho do instituto Veredas, da Fundação Arymax e B3 Social, discute caminhos para a inclusão produtiva

Instituto Veredas

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A pandemia de Covid-19 evidenciou ainda mais as desigualdades no Brasil, agravando um cenário de crise que já vinha sendo enfrentado pelo país. No dia 25 novembro, o Veredas junto à Fundação Arymax e B3 Social, lançou um novo estudo, apresentando caminhos de políticas públicas e intervenções sociais que podem ser adotadas pela gestão pública e pela sociedade. O objetivo é atenuar o grave cenário de desemprego e queda na renda de milhares de brasileiros e brasileiras, em especial daqueles que historicamente são mais vulnerabilizados.

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Há exatamente um ano, em São Paulo, o Veredas lançava, junto à Arymax e ao Fundo Pranay, um estudo pioneiro sobre o tema de Inclusão Produtiva no Brasil. O material também apresenta caminhos para fomentar o trabalho de diversos agentes com o objetivo de reduzir a exclusão social por meio da geração de oportunidades de trabalho e renda. Com a chegada da pandemia, as organizações envolvidas reconheceram que era necessário revisitar as propostas levantadas e, por isso, empreenderam o estudo intitulado de “O Futuro da Inclusão Produtiva no Brasil: da emergência social aos caminhos pós-pandemia”.

De acordo com Vivianne Naigeborin, superintendente da Arymax, o estudo ajuda a caracterizar as repercussões da crise atual junto à população mais vulnerabilizada. Segundo ela, o novo estudo ressalta a importância de entender os desafios específicos vividos por cada um dos grupos populacionais mais duramente atingidos pela perda da renda. “Apontamos os desafios enfrentados pelos pequenos empreendedores urbanos, produtores rurais e empregados formais e informais ao mesmo tempo em que analisamos a eficácia das respostas oferecidas por governos e sociedade civil”, disse.

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Sobre as medidas adotadas no Brasil, o estudo conclui que “ainda que o governo tenha buscado respostas às questões emergenciais, não conseguiu criar condições para o período pós-pandemia”. O estudo também identifica ações promissoras de enfrentamento à crise no México, Chile, Argentina, Espanha e Portugal.

Populações vulnerabilizadas

O estudo apresenta recomendações e possibilidades de ações concretas para construir um futuro mais inclusivo e com mais oportunidades de trabalho e renda para todos. Segundo a publicação, apenas 24,6% da mão de obra do país se encontra em setores que não estão afetados pela crise atual. Dentre os mais atingidos, estão os serviços de turismo, indústria cultural tradicional, moda, comércio, automóveis, hotéis e restaurantes, dentre outros.

Além disso, 37,6% da população afetada está em postos “informais”. Ou seja, sem garantias trabalhistas. Dentre essa população, de cada 5 pessoas, 4 são negras, revelando mais uma vez que a população negra brasileira segue sendo a que mais vive contextos de precariedade devido à negligência histórica do Estado e à ausência de ações específicas.

 

Mesmo diante de todos os problemas que se evidenciaram neste período, o Brasil segue sem um plano oficial de enfrentamento à crise gerada pela pandemia de Covid-19. De acordo com Vahíd Vahdat, diretor de Projetos e Articulação Institucional do Veredas, o estudo faz duas grandes contribuições para as gestões públicas. Primeiro, ele ajuda a entender melhor o desafio a ser enfrentado. “A publicação analisa os novos obstáculos existentes e aponta as tendências para o futuro. Com um melhor entendimento do problema, as gestões podem ser mais efetivas”.

A outra contribuição é que o estudo aponta diversos caminhos que podem ser trilhados para ampliar as possibilidades de inclusão produtiva, mesmo em um contexto de grandes desafios. “Cada governo pode avaliar quais caminhos considera mais promissores para a sua realidade e dar início à coordenação de ações com outros atores fundamentais para enfrentar esse enorme desafio”, disse Vahíd. Para ele, “a atividade econômica com base na inclusão produtiva deve servir como um meio poderoso para o progresso social”.

Caminhos e ações diretas para o pós-pandemia

A pesquisa identifica quatro questões prioritárias, com sugestões de ações diretas, influenciando a formulação de políticas inclusivas e a formação de coalizões, que podem ser tomadas pelo governo e pela sociedade para promover a inclusão produtiva pós-pandemia.

  • Combinar assistência social e inclusão produtiva – promovendo novas estratégias no campo da assistência social, a capacitação e a inserção no mercado de trabalho de cuidadores e agentes comunitários de saúde, fomentando o ensino de técnicas de acesso e uso da internet, dentre outras;
  • Facilitar a inclusão de pessoas em posições de entrada no mercado de trabalho – com a realocação da força de trabalho, programas de formação e estágio para jovens na Educação Básica e a redução dos custos de contratação.
  • Apoiar empreendedores urbanos na sua adaptação ao novo contexto – fortalecendo os empreendedores, criando programas que ampliem a produtividade dos negócios e que aproveitem as oportunidades com a digitalização, e melhorando o ambiente para o seu desenvolvimento.
  • Promover economias locais resilientes nas áreas rurais – promovendo estratégias que ampliem o uso de técnicas amigáveis com o meio ambiente e de altos rendimentos, aprimorando estratégias de acesso a mercados e aproveitando as possibilidades criadas com a digitalização para atender por exemplo produtores isolados..

Esses são apenas alguns dos dados voltados a gestores e pesquisadores, que podem ser assimilados de forma didática, em formato pdf ou em um site intuitivo e cheio de ilustrações acessíveis com o objetivo de contribuir com o avanço dessa agenda no Brasil.

Mas afinal, o que é inclusão produtiva?

É a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no mundo do trabalho, diminuindo sua exclusão social e aumentando a produtividade do país. Tanto a publicação Inclusão Produtiva no Brasil (2019), quando a publicação Futuro da Inclusão Produtiva (2020) apresentam possibilidades de atuação para transformar a realidade brasileira.

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Foto de topo: Freepik

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