Sistema socioeducativo: quais o caminhos

No Brasil, casos de crianças e adolescentes em conflito com a lei – que cometeram algum crime ou delinquência – são tratados por um conjunto de instituições que compõem o Sistema Socioeducativo.

Ao contrário do sistema prisional, o sistema socioeducativo não existe para punir. Ele tem caráter pedagógico: busca ressocializar e desenvolver a juventude. Por isso mesmo, privar o adolescente de liberdade é considerada uma medida de exceção.

Isso tudo, claro, é o ideal. É o que diz a teoria.

E a teoria parece distante das experiências que Anderson Carvalho viveu durante suas quatro passagens pelas unidades de internação do sistema socioeducativo em São Paulo.

Nascido em uma família pobre da zona Norte da capital paulista, Anderson conta que começou cedo a fazer pequenos furtos. Ele tinha seis irmãos e seus pais eram dependentes químicos. Para as crianças da família, roubar comida no mercadinho era uma tática de sobrevivência.

Internado na Fundação Casa, chegou a fazer cursos profissionalizantes. “Nenhum deles dialogava com a minha realidade na quebrada”.

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Hoje, ele participa de um projeto chamado Instituto Papel de Menino e Menina. O primeiro contato com a iniciativa aconteceu com Anderson tinha 13 anos, e estava internado em uma das unidades do socioeducativo. A equipe do instituto refez os laços de Anderson com a família, que não o visitava na Fundação Casa. E o ajudou a encontrar emprego. Hoje, ele faz o mesmo por outros meninas e meninos.

Anderson relembra sua história em conversa durante o podcast Cola na Grade.

Apresentado por Maurício Monteiro – o Prisioneiro 84901 – o Cola na Grade é uma realização do Instituto Resgata Cidadão, uma organização que questiona as políticas de encarceramento postas em prática no Brasil. A atração é produzida com apoio do Fundo Brasil, mesma instituição que financia Brasil de Direitos.

Você escuta o Cola na Grade no Youtube e Spotify.

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