Banzeiro: ancestralidade une Teia dos Povos do Maranhão
Articulação une comunidades tradicionais que lutam pelo direito ao território. Para grupo, a terra é mais que meio de produção: é sinônimo de cultura e pertencimento
Movimento Xingu Vivo
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Há 10 anos, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais do Maranhão se uniram em uma grande articulação que ficou conhecida como Teia dos Povos. O objetivo era unir forças para defender seus territórios, sob ameaça de grileiros, madeireiros e grandes proprietários de terra.
A experiência lembra muito aquela vivenciada pelos povos do Xingu, que se uniram para fazer frente às violações que seguiram à construção da usina de Belo Monte. A história da Teias dos Povos é o assunto dessa edição do Banzeiro, o podcast do Movimento Xingu Vivo para Sempre. O programa comenta, periodicamente, notícias e histórias relevantes para a população do Médio Xingu. Você pode escutar os episódios anteriores no site do Xingu Vivo ou pelo canal do movimento no Youtube.
A Teia dos Povos tem ao menos um pilar muito importante, conta Kum’tum Gamella, líder indígena e agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Maranhão, a partir do minuto 3: a ancestralidade. “Fazemos lutas nessa perspectiva contra-colonial. Ao mesmo tempo, lutamos pelo território, pensando na terra como o lugar de onde somos, ao qual pertencemos. E não só como o lugar onde produzimos. A terra é o lugar onde a vida se faz e se refaz continuamente”.
Esser vínculo com o território é essencial, e ficou sob ameaça durante a pandemia de covid-19 — enquanto a população se recolhia para se proteger do vírus, grandes empresas, grileiros e madeireiros e demais invasores se aproveitaram para atacar. “Aí, a união a partir da pertença se tornou ainda mais importante” (minuto 3:58).
Meire Diniz, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) comenta as ameaças que pesam contra as populações e povos tradicionais no Maranhão: “No Maranhão, os povos e comunidades enfrentam uma série de ameaças. A invasão dos territórios dos povos indígenas, a não-regularização dos territórios quilombolas, os processos de reintegração de posse contra comunidades. Construção de portos muito grandes. A construção das usinas eólicas, que têm impacto sobre os territórios de muitas comunidades. Uma série de criminalizações, violência e assassinatos”.
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