Banzeiro: uma trégua para as famílias da Gleba Bacajá
Podcast do Movimento Xingu Vivo conta como pequenos agricultores da Volta Grande do Xingu são ameaçados por grileiros de terra. Decisão judicial recente traz trégua para famílias
Movimento Xingu Vivo
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Na região da Volta Grande do Xingu, no Pará, há uma vasta extensão de terras públicas chamada Gleba Bacajá. Ela é dividida em lotes, cada qual ocupado por dezenas de famílias de pequenos agricultores. Há décadas, as cerca de 50 famílias que vivem no lote 96 da Gleba Bacajá travam uma disputa com proprietários de terra da região. São grileiros, que falsificam títulos de posse e tentam expulsar os pequenos agricultores.
Essas disputas transformaram a Gleba Bacajá em uma das regiões mais conflituosas da Amazônia brasileira. Foi na Gleba Bacajá que pistoleiros mataram, em 2005, a freira norte-americana Dorothy Stang. Hoje, o presidente da Cooperativa de Agricultores da Volta Grande do Xingu (COOPEVAX), Erasmo Alves Teófilo, vive sob constante ameaça. Contamos a história dele aqui na Brasil de Direitos.
“Por causa das ameaças, os moradores do lote 96 estão em vigília dia e noite”, conta Antônia Melo, do Movimento Xingu Vivo (ouça o relato de Antônia a partir do minuto 3:00).
>>Na terra onde morreu Dorothy Stang, um agricultor vive ameaçado
A disputa pelo lote 96 da Gleba Bacajá é o assunto desse episódio do Banzeiro — o podcast do Movimento Xingu Vivo para Sempre. O programa comenta, periodicamente, notícias e histórias relevantes para a população do Médio Xingu. Você pode escutar os episódios anteriores no site do Xingu Vivo ou pelo canal do movimento no Youtube.
Essa edição do Banzeiro traz uma notícia positiva. Recentemente, as famílias do lote 96 conquistam uma vitória na justiça. Ciente do conflito, a Defensoria Pública do Estado interferiu e a justiça deu ordens para que as famílias lote 96 sejam deixadas em paz. A partir do minuto 4:28, a defensora pública Bia Albuquerque conta como, desde 2014, o órgão acompanha a escalada das tensões na região. Ela explica que a decisão judicial recém-conquistada é uma vitória, mas representa somente uma trégua. Para resolver o problema, afirma ela a partir do minuto 7:22, é essencial investir da regularização fundiária desse território.
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