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Em Brasília, indígenas marcham contra o marco temporal e a violência de gênero

Terceira edição da Marcha das Mulheres Indígenas reuniu representante de todo o país na Esplanada dos Ministérios

Juliane Yamakawa

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por Juliane Yamakawa (fotos), de Brasília

Mulheres de todo o Brasil –além de representantes da Guatemala, Uganda, Estados Unidos e de mais um sem-número de países — se reuniram na manhã desta quarta-feira (13) em Brasília para a terceira edição da Marcha das Mulheres Indígenas. O evento ocorre desde 2019, e foi pensado como uma forma de ressaltar a importância das lideranças femininas entre os povos originários. Neste ano, a marcha teve como tema “Mulheres Biomas – em defesa da biodiversidade e pelas raízes ancestrais”.

Vestidas com paramentos tradicionais, as participantes se reuniram no começo da manhã no Eixo Cultural íbero- Americano, e rumaram em direção à Esplanada dos Ministérios.

>>Presença feminina em espaços de poder será foco da Marcha das Mulheres Indígenas, diz Sônia Guajajara

A mobilização acontece em um momento importante par os povos indígenas de todo o país: na semana que vem, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar o julgamento do Marco Temporal. A tese defende a criação de uma data de corte: diz que os povos originários só têm direito àqueles territórios que ocupavam, ou reivindicavam, no momento em que a Constituição Federal de 1988 foi promulgada. Se for considerado constitucional, o marco temporal pode inviabilizar a demarcação de terras indígenas no país. Até agora, seis ministros votaram: quatro contra e dois a favor da constitucionalidade da tese.

Em Brasília, as participantes da marcha carregavam faixas contra o marco temporal. Além de placas que cobravam o combate à violência contra as mulheres indígenas. “Essas mulheres enfrentaram inúmeros desafios e injustiças ao longo de suas vidas, mas se recusam a continuar sendo silenciadas” escreveu a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). “Exigimos acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação e oportunidades econômicas. Lutamos pela proteção da terra e recursos naturais, que vêm sendo explorados por muito tempo. Defendemos o fim da violência contra as mulheres indígenas, um problema generalizado que tem atormentado nossas comunidades há gerações”.

O protesto desta manhã foi precedido por dois dias de eventos e discussões. Os debates trataram do combate à crise climática, do enfrentamento à violência contra a mulher, e falaram sobre a presença de pessoas indígenas em espaços de poder.

 

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