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Os cinco anos do Massacre de Paraisópolis e as vítimas da letalidade policial

Em dezembro de 2019, uma ação da polícia militar paulista resultou na morte de nove jovens que participavam do baile da DZ7, tradicional na zona Sul de São Paulo. O podcast Cola na Grade relembra o massacre ao conversar com mães cujos filhos foram mortos pela letalidade policial

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Redação Brasil de Direitos

3 min

Massacre de Paraisópolis: mães que perderam seus filhos falam sobre letalidade policial

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No dia 1º de dezembro de 2019, uma ação da Polícia Militar resultou na morte de nove jovens que participavam do baile da DZ7, tradicional baile funk em Paraisópolis, zona Sul da capital paulista.

Cinco anos se passaram. Nenhum dos 12 agentes envolvidos no Massacre de Paraisópolis – como a ação violenta ficou conhecida – foi responsabilizado.

Para eles, a vida seguiu. Para Maria Cristina Quirino, não. Com alguma frequência,ela se vê transportada de volta àquela noite – a última em que conversou com o filho, Denys Henrique Quirino, então com 16 anos.

Alegre e descontraído, Denys cursava o ensino médio e trabalhava numa empresa de lavagem de tapetes e estofados. Com o pouco dinheiro que ganhava, ajudava nas despesas de casa – ficavam sob sua responsabilidade as contas de luz e de internet. Queria estudar à noite, para poder trabalhar em tempo integral e receber um salário melhor.

“Ele era meu parceiro. Meu filho caçula. Uma criança que ainda se descobria”, lembra Maria Cristina a certa altura do mais recente espisódio do Podcast Cola na Grade.

Apresentado por Maurício Monteiro – o Prisioneiro 84901 – o Cola na Grade é uma realização do Instituto Resgata Cidadão, uma organização que questiona as políticas de encarceramento postas em prática no Brasil. A atração é produzida com apoio do Fundo Brasil, mesma instituição que financia Brasil de Direitos. 

>>Leia também: o sistema de justiça protege policiais que matam

Neste episódio, o programa discute a letalidade policial pelo olhar de duas mães cujos filhos foram mortos pelo Estado.

Sandra de Jesus, defensora popular dos direitos humanos, relembra a vida do filho Luiz Fernando. Em fevereiro de 2023, o rapaz foi executado por policiais no cruzamento de uma avenida movimentada na zona Sul de São Paulo. Ele já tinha sido baleado e estava no chão quando foi morto. A ação aconteceu durante o dia e foi registrada em vídeo.

E Maria Cristina volta à fatídica noite em que o filho avisou, por mensagem de celular, que sairia com os amigos para dançar. Naquela noite, Maria Cristina esperou pela volta de Denys até ser vencida pelo sono. Acordou no dia seguinte às 6h, e viu que a cama do menino estava vazia. Logo, recebeu uma ligação pedindo que ela fosse a um hospital. Foi onde reencontrou Denys, já sem vida.

O drama vivenciado por Sandra e Maria Cristina se repete em um dos países onde a polícia mais mata – e mais morre – em todo o mundo. E onde a Justiça parece desenhada para absolver – ou nem mesmo processar – os agentes que cometem homicídio.

Você escuta o Cola na Grade no Youtube e Spotify.

Ficou interessado no tema? Confira as outras matérias da Brasil de Direitos sobre violência de estado.

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